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Produtora católica argentina lança filme pró-vida sobre devoção a Nossa Senhora

Cena do curta-metragem

Cena do curta Peregrina

A produtora católica argentina Apóstol Productora lançou o curta-metragem “Peregrina”, que acompanha a história de uma jovem em busca de respostas e que, depois de um encontro inesperado, descobre a devoção à Virgem Maria e a oração do rosário.

A estreia ocorreu em 5 de maio, no canal da produtora no YouTube. A produtora é conhecida pela criação de conteúdos audiovisuais com foco na fé. Até o momento, o curta conta com mais de 17 mil visualizações. O trailer do curta-metragem pode ser visto em espanhol neste link.

O curta mostra um casal que passa por dificuldades financeiras, enquanto a protagonista, grávida e de luto pela perda recente da mãe, fica dividida entre a tentação de fazer um aborto ou continuar com a gravidez.

Ao se deparar com uma fotografia de sua mãe grávida, vai buscar respostas na Basílica de Nossa Senhora de Luján, principal santuário mariano da Argentina e muito querido pelo papa Francisco.

Mariano Ramos, roteirista e diretor do curta-metragem, disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, indicou que a mensagem central de “Peregrina” é mostrar “a proximidade permanente da Virgem Maria ao nosso lado”.

“Nos momentos de solidão, desânimo ou desesperança, Maria, a mãe de Jesus, abraça-nos com o seu amor maternal. O Rosário representa o vínculo que nos une a ela, o cordão umbilical que nos liga ao seu coração imaculado e nos permite vibrar ao ritmo do seu amor divino”, disse Ramos.

Segundo Ramos, a recepção do público até agora tem sido “surpreendente”. Os produtores não só conseguiram um grande número de visualizações, mas também “receberam testemunhos comoventes que refletem a profunda ligação que a curta-metragem gerou”.

“Convidamos o público a reservar um tempo para assistir ‘Peregrina’ porque oferece uma cena central de grande clareza espiritual. Neste curta-metragem, os pais de Jesus são os protagonistas de um encontro humano e divino, uma experiência que pode ressoar em cada um de nós se estivermos dispostos a abrir o coração à graça de Maria”, acrescentou o diretor.

ACI Digital

O Papa: a destruição do ambiente ofende a Deus, trabalhar para a cultura da vida

Segundo Francisco, "a crise climática exige uma sinfonia de cooperação e solidariedade global"Francisco recebeu em audiência os membros das Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais que participam do encontro “Da crise climática à resiliência climática” e reiterou a urgência de ações concretas para combater a crise climática global: “Os pobres são as vítimas. As nações ricas produzem mais da metade dos poluentes.” O Pontífice pediu uma nova arquitetura financeira que atenda ao Sul do mundo e uma redução da dívida.

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (16/05), na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de duzentos participantes, de várias partes do mundo, do encontro promovido pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais sobre o tema “Da crise climática à resiliência climática”. O encontro teve início na terça-feira (15/05), na Casina Pio IV, no Vaticano, e se conclui na sexta-feira (17/05). O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o cacique Raoni participam do evento e se encontraram com o Santo Padre durante a audiência desta quinta-feira.

Em seu discurso, o Papa sublinhou que “os dados sobre as mudanças climáticas pioram a cada ano e portanto, é urgente proteger as pessoas e a natureza”. Francisco parabenizou “as duas Academias por liderarem este esforço e produzirem um protocolo de resiliência universal. As populações mais pobres, que pouco têm a ver com as emissões poluentes, precisarão receber maior apoio e proteção”.

Os pobres são os que mais sofrem com as mudanças climáticas

“A destruição do ambiente é uma ofensa a Deus, um pecado que não é apenas pessoal, mas também estrutural, que coloca seriamente em perigo todos os seres humanos, especialmente os mais vulneráveis, e ameaça desencadear um conflito entre gerações”, disse o Papa, que perguntou: “Estamos trabalhando em prol de uma cultura da vida ou de uma cultura da morte?”

Estamos diante de desafios sistêmicos distintos, mas interligados: as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade, a degradação ambiental, as desigualdades globais, a insegurança alimentar e uma ameaça à dignidade das populações envolvidas. Se não forem abordados de forma coletiva e urgente, esses problemas representam ameaças existenciais para a humanidade, para outros seres vivos e os ecossistemas.

“Mas que seja claro: são os pobres da Terra que mais sofrem, apesar de serem os que menos contribuem para o problema. As nações mais ricas, cerca de um bilhão de pessoas, produzem mais da metade dos poluentes que retêm o calor. Contrariamente, os três bilhões de pessoas mais pobres contribuem com menos de 10%, mas arcam com 75% das perdas resultantes. Os 46 países menos desenvolvidos, em sua maioria africanos, são responsáveis por apenas 1% das emissões globais de CO2. Ao invés disso, as nações do G20 são responsáveis por 80% dessas emissões.”

Mulheres, poderosas agentes de resiliência e adaptação

A seguir, o Papa ressaltou que a pesquisa feita pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais “mostra a trágica realidade em que mulheres e crianças carregam um fardo desproporcional”.

As mulheres geralmente não têm o mesmo acesso aos recursos que os homens, e cuidar da casa e dos filhos pode dificultar a possibilidade de migrar em caso de desastre.

“No entanto, as mulheres não são apenas vítimas das mudanças climáticas: elas também são poderosas agentes de resiliência e adaptação. Com relação às crianças, quase um bilhão delas residem em países que enfrentam um risco extremamente alto de devastação relacionada ao clima.”

Sua idade evolutiva as torna mais suscetíveis aos efeitos, tanto físicos quanto psicológicos, das mudanças climáticas.

Segundo Francisco, “a recusa em agir rapidamente para proteger os vulneráveis expostos às mudanças climáticas provocadas pelo homem é uma falha grave. O progresso ordenado é então dificultado pela busca voraz de ganhos a curto prazo por parte das indústrias poluentes e pela desinformação, que gera confusão e dificulta os esforços coletivos para inverter a rota”.

A poluição do ar ceifa milhões de vidas todos os anos

De acordo com o Papa, “o espectro das mudanças climáticas paira sobre todos os aspectos da existência, ameaçando a água, o ar, os alimentos e os sistemas de energia. Igualmente alarmantes são as ameaças à saúde pública e ao bem-estar. Assistimos à dissolução de comunidades e ao deslocamento forçado de famílias”.

“A poluição do ar ceifa milhões de vidas prematuramente todos os anos. Mais de três bilhões e meio de pessoas vivem em regiões altamente sensíveis à devastação das mudanças climáticas, o que leva à migração forçada. Nos últimos anos, quantos irmãos e irmãs perderam a vida em viagens desesperadas, e as previsões são preocupantes. Defender a dignidade e os direitos dos migrantes climáticos significa afirmar a sacralidade de cada vida humana e exige honrar o mandato divino de salvaguardar e proteger a nossa casa comum.”

Descarbonização global

Diante dessa crise planetária, o Papa destacou, em primeiro lugar, a necessidade de “uma abordagem universal e uma ação rápida e decisiva para promover mudanças e decisões políticas”, e em segundo, a urgência de uma “inversão da curva de aquecimento, buscando reduzir pela metade a taxa de aquecimento no curto espaço de um quarto de século”.

“Ao mesmo tempo, devemos ter como meta a descarbonização global, eliminando a dependência de combustíveis fósseis. Em terceiro lugar, grandes quantidades de dióxido de carbono devem ser retiradas da atmosfera, através de uma gestão ambiental que abranja várias gerações.”

É um trabalho longo, mas também de grande alcance. Todos nós devemos empreendê-lo juntos. Nesse esforço, a natureza é nossa fiel aliada, colocando à nossa disposição os seus poderes, os poderes regeneradores da natureza.

Salvaguardar as riquezas naturais

A seguir, o Papa exortou a salvaguardar as riquezas naturais:

“As bacias da Amazônia e do Congo, as turfeiras e os manguezais, os oceanos, as barreiras de corais, as terras agrícolas e as calotas polares, por sua contribuição para a redução das emissões globais de carbono.”

“Essa abordagem holística combate as mudanças climáticas e também enfrenta as crises da perda de biodiversidade e da desigualdade, cultivando os ecossistemas que sustentam a vida”.

Segundo Francisco, “a crise climática exige uma sinfonia de cooperação e solidariedade global. O trabalho deve ser sinfônico, harmonioso, todos juntos. Por meio de reduções de emissões, educação sobre estilos de vida, financiamento inovador e o uso de soluções comprovadas baseadas na natureza, fortalecemos a resiliência, especialmente a resiliência à seca”.

Uma nova arquitetura financeira

O Papa ressaltou a necessidade de desenvolver “uma nova arquitetura financeira que responda às necessidades do Sul do mundo e dos Estados insulares gravemente afetados por catástrofes climáticas. A reestruturação e redução da dívida, junto com o desenvolvimento de uma nova Carta financeira global até 2025, reconhecendo uma espécie de “dívida ecológica” – é preciso trabalhar nesta palavra: dívida ecológica – podem ser uma ajuda válida na mitigação das mudanças climáticas.

Por fim, o Papa agradeceu e incentivou os membros das Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais a continuarem trabalhando “na transição da atual crise climática para a resiliência climática com equidade e justiça social”, advertindo que é necessário agir com urgência, paixão e determinação.

Vatican News

“Ao entardecer da vida, seremos julgados pela caridade”, diz Papa

Na Catequese desta quarta-feira, 15, Francisco refletiu sobre a virtude da caridade; ele explicou que “há um amor maior que vem de Deus”, e nos torna capazes de amar-Lhe e amar o próximo

Papa Francisco durante Audiência Geral no Vaticano / Foto: Vaticano MediaIPASipa USA via Reuters Connect

Nesta quarta-feira, 15, o Papa Francisco dedicou a reflexão da catequese sobre a terceira virtude teologal, a caridade. Aos milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, o Pontífice recordou que esta virtude é o culminar de todo o caminho que empreendemos com a catequese das virtudes.

“Pensar na caridade expande imediatamente o coração, e a mente corre para as palavras inspiradas de São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios. Concluindo aquele estupendo hino, o Apóstolo cita a tríade das virtudes teologais e exclama: ‘Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é a caridade’ (1Cor 13,13)”, enfatizou.

O que é o verdadeiro amor?

Francisco recorda que o apóstolo Paulo dirige essas palavras a uma comunidade que estava longe de ser perfeita no amor fraterno: os cristãos de Corinto eram bastante briguentos, havia divisões internas, há aqueles que afirmam ter sempre razão e não ouvem os outros, considerando-os inferiores. Paulo lembra a essas pessoas que a ciência incha, enquanto a caridade constrói.

“Provavelmente, todos estavam convencidos de que eram boas pessoas e, se questionados sobre o amor, teriam respondido que o amor era certamente um valor importante para eles, assim como a amizade e a família. Ainda hoje o amor está na boca de muitos ‘influenciadores’ e nos refrões de muitas músicas, mas de fato o que é o verdadeiro amor?”, refletiu.

Segundo o Papa, como em Corinto, também entre nós hoje, há confusão sobre o amor e por vezes não vemos nenhum vestígio da virtude teologal, aquela que vem até nós somente de Deus. “Com palavras, todos garantem que são boas pessoas, que amam a família e os amigos, mas, na realidade, sabem muito pouco do amor de Deus”, destacou.

“A caridade é o amor que desce, não aquele que sobe; é o amor que doa, não o que toma; é o amor que se esconde, e não o que busca aparecer. A caridade é, enfim, a maior forma de amor, que tem sua origem em Deus e a Ele se dirige, que nos torna capazes de amá-Lo, de sermos seus amigos, e que nos permite amar o próximo como Deus o ama”, completou.

Amar o que não é amável

Por fim, o Pontífice sublinhou que este amor, ou seja, a caridade por causa de Cristo, leva-nos para onde humanamente não iríamos. “Ao amor pelo pobre, por aquilo que não é amável, por quem não nos quer bem e até mesmo pelo inimigo. Isso é teologal, ou seja, vem de Deus, é obra do Espírito Santo em nós”, continuou.

“É um amor tão ousado, que parece quase impossível, e mesmo assim é a única coisa que restará de nós. É a ‘porta estreita’ pela qual passar para entrar no Reino de Deus. Ao entardecer de nossa vida, não seremos julgados sobre o amor de forma genérica, mas sobre a caridade que praticamos, ou seja, o amor que realizamos de modo concreto”, concluiu.

Canção Nova

Papa: diante do descarte e solidão na velhice, coragem em não abandonar os idosos

O Papa divulgou na terça-feira (14/05) a mensagem para o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos que será celebrado em 28 de julho. “Na velhice, não me abandones” (Sal 71, 9) é o tema de reflexão proposto pelo Pontífice: “à atitude egoísta que leva ao descarte e à solidão, contraponhamos o coração aberto e o rosto radioso de quem tem a coragem de dizer «não te abandonarei!»”.

“A solidão e o descarte tornaram-se elementos frequentes no contexto em que estamos imersos” (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

O Papa Francisco divulgou nesta terça-feira (14) a mensagem para o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos celebrado todo quarto domingo de julho, próximo à memória litúrgica dos Santos Joaquim e Ana, avós de Jesus. Neste ano, será comemorado em 28 de julho e o Pontífice oferece uma reflexão proposta do Salmo 71, “Na velhice, não me abandones” (Sal 71, 9), voltando a tratar da rejeição na melhor idade, quando as pessoas enfrentam contextos de solidão e sentimentos de descarte.

A mensagem começa encorajadora, ao recordar que “Deus nunca abandona os seus filhos; nem sequer quando a idade vai avançando e as forças já declinam, quando os cabelos ficam brancos e a função social diminui, quando a vida se torna menos produtiva e corre o risco de parecer inútil. O Senhor não olha para as aparências (cf. 1 Sam 16, 7),” destaca o Papa no texto. Esse “amor fiel do Senhor”, do “modo como Deus cuida de nós”, continua ele, é revelado em toda Sagrada Escritura e, sobretudo, nos salmos: “aliás, segundo a Bíblia, é sinal de bênção poder envelhecer“.

A solidão na velhice

Mas, nos próprios salmos, também encontramos “esta sentida invocação ao Senhor: «Não me rejeites no tempo da velhice» (Sal 71, 9). Uma frase forte, crua. Faz pensar no sofrimento extremo de Jesus, quando gritou na cruz: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?» (Mt 27, 46)”. Assim, encontramos na Bíblia tanto “a certeza da proximidade de Deus” como “o temor do abandono, especialmente na velhice e nos períodos de sofrimento”. Isso porque é um reflexo da realidade, já que os idosos “com frequência”, encontram a solidão.

“Muitas vezes me sucedeu, como bispo de Buenos Aires, ir visitar lares de terceira idade, dando-me conta de como raramente recebiam visitas aquelas pessoas: algumas, há muitos meses, não viam os seus familiares.”

O Papa Francisco, então, traz algumas causas dessa solidão, provenientes, por exemplo, de situações de pobreza e conflitos, migrações e hostilidades dos jovens em relação aos idosos – essa uma mentalidade que deve ser “combatida e erradicada”, escreve o Pontífice, para não alimentar “uma certa conflitualidade geracional”: “se pensarmos bem, está hoje muito presente por todo o lado esta acusação, lançada contra os velhos, de «roubar o futuro aos jovens»”:

“O contraste entre as gerações é um equívoco, um fruto envenenado da cultura do conflito. Opor os jovens aos idosos é uma manipulação inaceitável: ‘O que está em jogo é a unidade das idades da vida’.”

O descarte dos idosos

“A solidão e o descarte dos idosos não são casuais nem inevitáveis, mas fruto de opções – políticas, econômicas, sociais e pessoais – que não reconhecem a dignidade infinita de cada pessoa”, continua Francisco na mensagem ao acrescentar nesse pacote triste da terceira idade, o descarte. O Papa afirma o quanto os idosos e as próprias famílias acabam sendo vítimas da “cultura individualista” porque, quando se envelhece, as pessoas ficam sem ajuda de ninguém: “cada vez mais «perdemos o gosto da fraternidade» (FRANCISCO, Carta enc. Fratelli tutti, 33)”.

“Isto acontece quando se perde vista o valor de cada pessoa, tornando-se ela apenas uma despesa que, em alguns casos, aparece demasiado elevada para pagar. O pior é que, muitas vezes, acabam dominados por esta mentalidade os próprios idosos que chegam a considerar-se como um fardo, sendo os primeiros a quererem desaparecer.”

“A solidão e o descarte tornaram-se elementos frequentes no contexto em que estamos imersos”. Mas, a Sagrada Escritura apresenta opções diferentes face à velhice, porque “viver sozinhos não pode ser a única alternativa”. Diante de um «não me abandones», é possível responder «não te abandonarei!», cuidando “de um idoso ou simplesmente demonstrando diariamente solidariedade a parentes ou conhecidos que não têm mais ninguém”. Manter-se junto aos idosos, comenta ainda Francisco, reconhecer “o papel insubstituível que eles têm na família, na sociedade e na Igreja, também nós receberemos muitos dons, tantas graças, inúmeras bênçãos!”.

“Neste IV Dia Mundial a eles dedicado, não deixemos de mostrar a nossa ternura aos avós e aos idosos das nossas famílias, visitemos aqueles que estão desanimados e já não esperam que seja possível um futuro diferente. À atitude egoísta que leva ao descarte e à solidão, contraponhamos o coração aberto e o rosto radioso de quem tem a coragem de dizer «não te abandonarei!» e de seguir um caminho diferente.”

Vatican News – Andressa Collet

Maria, Onipotência Suplicante

maria_800-cc3b3piaA nossa Consagração a Nossa Senhora começou no Calvário; foi Jesus mesmo quem nos deu essa graça, quando nos entregou a Sua Mãe para ser a nossa Mãe. Quando Jesus se dirige à Sua Mãe e lhe chama de “mulher”, em vez de chamá-la de mãe, em Cana da Galileia (Jo 2) e aos pés da Cruz (Jo 19,25-27), é para nos indicar qual é a “Mulher” a que Deus se referiu no Gênesis. Esta “Mulher” é Sua Mãe. Na cruz, momentos antes de morrer, Jesus nos deu Sua Mãe: “Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19, 26). Precisamos dela para a nossa salvação dizem os Santos.

O milagre das bodas de Caná mostra com toda clareza que tudo que a Virgem Maria pedir a Jesus, ele entenderá; e Ela sabe pedir aquilo que está de acordo com a vontade de Deus e o nosso bem. A História da Igreja mostra como Maria atua na vida dos filhos de Jesus e da Igreja. Todos os santuários marianos são repletos de testemunhos de milagres alcançados pela devoção a Maria. Desde o século II nossos irmãos mártires do Império Romano, em Alexandria, norte do Egito, já rezavam aquela famosa oração: “Debaixo da Vossa proteção nos refugiamos Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, Virgem gloriosa e Bendita”.

Maria é a Medianeira de todas as graças de Deus, por ser Mãe de Deus; por meio dela Deus uniu o Céu e a Terra. Isto afirmam os Santos Padres e os Santo doutores. São Bernardo, falecido em 1153, é autor da célebre sentença: “Deus quis que recebamos tudo por Maria”. S. Luís de Montfort, no seu “Tratado da Verdadeira Devoção a Virgem Santíssima”, resume tudo dizendo:

“Deus Pai ajuntou todas as águas e denominou-as mar; reuniu todas as graças e denominou-as Maria… Deus Filho comunicou a Sua Mãe tudo que adquiriu por Sua vida e morte: Seus méritos infinitos e Suas virtudes admiráveis. Fê-la tesoureira de tudo que Seu Pai Lhe deu em herança; e é por ela que Ele aplica Seus méritos aos membros do corpo Místico, que comunica suas virtudes, e distribui Suas graças é ela o canal misterioso, o aqueduto por que passam abundante e docemente Suas misericórdias. Deus Espírito Santo comunicou a Maria, Sua fiel Esposa, Seus dons inefáveis, escolhendo-a para dispensadora de tudo que Ele possui. Deste modo ela distribui Seus dons e Suas graças a quem quer, quanto quer, como quer e quando quer, e dom nenhum pé concedido aos homens que não passe por suas mãos virginais. Tal é a vontade de Deus, que tudo tenhamos suas mãos virginais. Tal é a vontade de Deus, que tudo tenhamos por Maria, e assim será enriquecida, elevada e honrada pelo Altíssimo aquela que em toda a vida quis ser pobre, humilde, e escondida até o nada” (Tratado da Verdadeira Devoção a Virgem Santíssima, Tvd, n. 23-25).

São Bernardino de Sena disse que: “Todos os dons virtudes e graças do Espírito Santo são distribuídos pelas mãos de Maria, a quem ela quer, quando quer, como quer, e quanto quer” (Tvd, p. 137).

Vejamos o que os Santos doutores disseram sobre isso, em todos os tempos, como se pode ver:

SANTO EFRÉM (†373), doutor: “Minha Santíssima Senhora, Santa Mãe de Deus, cheia de graças e favores divinos, Distribuidora de todos os bens! Vós sois, depois da Santíssima Trindade, a Soberana de todos; depois do Medianeiro, a Medianeira do Universo, Ponte do mundo inteiro para o céu” (Vamos todos a Maria Medianeira, VtMM, p. 97).

SANTO AGOSTINHO (354-430), doutor, afirma que as orações de Maria junto a Deus têm mais poder junto da Majestade divina que as preces e intercessão de todos os anjos e santos do céu e da terra (Tvd, n. 27). Maria Santíssima é de fato a Medianeira de Todas as Graças como inúmeras vezes afirmou o Papa Pio XI: “É a Rainha de todas as graças, a Medianeira de Todas as Graças” (VtMM, p. 68). Santo Agostinho põe nos lábios de Nossa Senhora estas palavras: “Deus me constituiu porta do Céu, um lugar de passagem para o Filho do Altíssimo” (MM, p. 73). Por isso a Ladainha a chama de “Porta do Céu”.

SÃO JOÃO CRISÓSTOMO (349-407), doutor de Constantinopla, disse que: “Maria foi feita Mãe de Deus também para que, por sua poderosa intercessão e doce misericórdia, se salvem os infelizes que por sua vida má não se poderiam salvar segundo a justiça divina”.

SÃO JOÃO DAMASCENO (650-749) dizia: “Ser vosso devoto, ó Virgem Santíssima, é uma arma de salvação que Deus dá àqueles que quer salvar” (Tvd n. 40 e 41).

SÃO BERNARDO (1090-1153), doutor, assim diz: “Tal é a vontade de Deus que quis que tenhamos tudo por Maria. Se, portanto, temos alguma esperança, alguma graça, algum dom salutar, saibamos que isto nos vem por suas mãos”. “Eras indigno de receber as graças divinas: por isso foram dadas a Maria a fim de que por ela recebesses tudo o que terias” (idem).

SÃO BOAVENTURA (1218-1274), bispo e doutor da Igreja: “Deus depositou a plenitude de todo o bem em Maria, para que nisto conhecêssemos que tudo que temos de esperança, graça e salvação, dela deriva até nós” (idem, p. 101). “Só Maria achou graça diante de Deus (Lc 1,30), sem auxílio de qualquer outra criatura E todos, depois dela, que acharam graça diante de Deus acharam-na por intermédio dela, e é só por ela que acharão graça os que ainda virão” (Tvd, n. 44). Maria é a Mãe de misericórdia; isto é, resgata os pecadores e os leva de volta a Deus. Como diz a Ladainha, ela é o “refúgio dos pecadores” e a “consoladora dos aflitos”. “Tal como a lua paira entre a terra e o céu, coloca-se Maria continuamente entre Deus e os pecadores para Lhe aplacar a ira contra eles e iluminá-los para que voltem a Deus” (GM, p. 146).

SANTO ALBERTO MAGNO (1206-1280), doutor: “É anunciada à Santíssima Virgem tal plenitude de graça, que se tornou por isso a fonte e o canal de transmissão de toda a graça a todo o gênero humano” (ibidem).

O Senhor revelou a SANTA CATARINA DE SENA (1347-1380), doutora, que “sua intenção, ao criar Maria, era conquistar por sua doçura os corações dos homens, sobretudo dos pecadores, e atraí-los a si” (GM, p. 147).

SÃO PEDRO CANÍSIO (1521-1597), doutor da Igreja: “O Filho atenderá Sua Mãe e o eterno Pai ouvirá Seu próprio Filho: eis o fundamento de toda nossa esperança” (ibidem).

SÃO ROBERTO BELARMINO (1542-1621), bispo e doutor da Igreja: “Todos os dons, todas as graças espirituais que por Cristo, como cabeça, descem para o corpo, passam por Maria que é como o colo desse corpo místico” (ibidem, p. 102).

SANTO AFONSO DE LIGÓRIO (1696-1787), doutor da Igreja, afirma: “Deus quer que pelas mãos de Maria nos cheguem todas as graças… A ninguém isso pareça contrário à sã teologia. Pois Santo Agostinho, autor dessa proposição, estabelece que Maria tem cooperado por sua caridade para o nascimento espiritual de todos os membros da Igreja” (Glórias de Maria, p. 15). E Santo Afonso pergunta: “É lícito a um pecador desesperar de sua salvação quando a própria Mãe do Juiz se lhe ofereceu por Mãe e advogada?” (idem). Agradece, portanto ao Senhor que te deu uma tão grande medianeira, nos exorta S. Bernardo.

Esta mesma doutrina foi confirmada pelo Papa Pio XI na Encíclica sobre o Santo Rosário, de 29 de setembro de 1937: “Convidamos a todos os fiéis para conosco agradecerem a Deus por termos recuperado a saúde. Como em outra parte já havemos dito, atribuímos essa graça à intercessão de Santa Teresinha do Menino Jesus, mas sabemos também que tudo quanto nos vem de Deus, o recebemos das mãos de Maria Santíssima” (idem, p. 70).

LEÃO XIII, na mesma Encíclica “Octobri mense”, de 22 de setembro de 1891, faz suas as palavras de São Bernardo: “Toda a graça concedida ao mundo segue esta tríplice gradação: de Deus a Jesus Cristo, de Jesus Cristo à Santíssima Virgem, da Santíssima Virgem aos homens: tal é a ordem maravilhosa de sua disposição” (ibidem, p. 74).

A Virgem Maria, como Mãe da Igreja, sempre a protegeu contra os ataques do inferno, das heresias e das guerras. Foi assim, por exemplo, em 1571, em Lepanto, na Grécia, quando os turcos otomanos muçulmanos se preparavam para destruir o cristianismo na Europa. No dia da vitória (07/10/1571) das forças cristãs, que levavam também o Rosário como arma, o Papa S. Pio V estabeleceu o Dia de Nossa Senhora do Santo Rosário.

Por tudo isso, o povo de Deus aprendeu: “Pede à Mãe que o Filho atende!”. “Tudo por Jesus, mas nada sem Maria!”.

Prof. Felipe Aquino

Conflito civil deixa mais de 3 milhões de pessoas dispersas em Mianmar

Estimativas levantadas pelo Coordenador Humanitário da ONU apontam que nos últimos seis meses o número de deslocados no país do sudeste asiático mais que dobrou

Nos últimos seis meses, o número de pessoas deslocadas em Mianmar duplicou, atingindo um número total de mais de 3 milhões, segundo Stephen Anderson, Coordenador Humanitário da ONU e residente no país. Isto confirma uma crescente crise humanitária no país.

Desde outubro do ano passado, o número de pessoas deslocadas em Mianmar registou um aumento drástico, coincidindo com a intensificação da resistência armada liderada pelas Forças de Defesa Popular e vários grupos étnicos no norte e oeste do país, em resposta ao golpe militar em fevereiro de 2021. Os confrontos intensificaram-se e as forças governamentais lançaram represálias massivas, causando imenso sofrimento entre a população civil.

Aung San Suu Kyi / Foto: Reprodução CTV

A crise em números

De acordo com a declaração da ONU, mais de 2,7 milhões de pessoas abandonaram as suas casas desde que o exército tomou o poder, e mais de um terço delas são crianças. Estas crianças deslocadas enfrentam grandes dificuldades no acesso à educação e à nutrição adequada, colocando o seu futuro em risco, segundo a ONU. Além disso, está confirmado que metade das pessoas deslocadas em Myanmar provêm das regiões do noroeste de Chin, Magway e Sagaing.

A declaração também observa que “os deslocados estão lutando para sobreviver em meio a uma crise humanitária generalizada que deixou um total de 18,6 milhões de pessoas necessitadas no país, um milhão a mais que no ano anterior. Os necessitados incluem 6 milhões de crianças”. Neste momento, quase um terço da população total do país (54 milhões) necessita de assistência humanitária urgente.

Finalmente, o exército birmanês está a travar intensos combates contra os combatentes da etnia Karen para recuperar o controlo da cidade de Myawaddy, localizada perto da fronteira com a Tailândia. Esta cidade é considerada estratégica devido à sua importância como principal centro comercial com a Tailândia.

Civis presos e mortos

Segundo estimativas de organizações independentes, mais de 6 mil civis foram mortos em Myanmar desde Fevereiro de 2021. Mais de 20.000 pessoas estão detidas por razões políticas, incluindo a líder democrática Aung San Suu Kyi, que cumpre uma pena de 27 anos por alegada corrupção.

Papa Francisco

O Santo Padre, durante o Regina Coeli de domingo, 12, lamentou a crise que se instalou em Mianmar e pelo sofrimento que isso tem causado à população. “A guerra é sempre uma derrota, e os que mais ganham são os fabricantes de armas”, lamentou Francisco.

Canção Nova, com Agência Fides

Papa: diante do descarte e solidão na velhice, coragem em não abandonar os idosos

"A solidão e o descarte tornaram-se elementos frequentes no contexto em que estamos imersos"

“A solidão e o descarte tornaram-se elementos frequentes no contexto em que estamos imersos” (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

O Papa divulgou nesta terça-feira (14/05) a mensagem para o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos que será celebrado em 28 de julho. “Na velhice, não me abandones” (Sal 71, 9) é o tema de reflexão proposto pelo Pontífice: “à atitude egoísta que leva ao descarte e à solidão, contraponhamos o coração aberto e o rosto radioso de quem tem a coragem de dizer «não te abandonarei!»”.

O Papa Francisco divulgou nesta terça-feira (14) a mensagem para o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos celebrado todo quarto domingo de julho, próximo à memória litúrgica dos Santos Joaquim e Ana, avós de Jesus. Neste ano, será comemorado em 28 de julho e o Pontífice oferece uma reflexão proposta do Salmo 71, “Na velhice, não me abandones” (Sal 71, 9), voltando a tratar da rejeição na melhor idade, quando as pessoas enfrentam contextos de solidão e sentimentos de descarte.

A mensagem começa encorajadora, ao recordar que “Deus nunca abandona os seus filhos; nem sequer quando a idade vai avançando e as forças já declinam, quando os cabelos ficam brancos e a função social diminui, quando a vida se torna menos produtiva e corre o risco de parecer inútil. O Senhor não olha para as aparências (cf. 1 Sam 16, 7),” destaca o Papa no texto. Esse “amor fiel do Senhor”, do “modo como Deus cuida de nós”, continua ele, é revelado em toda Sagrada Escritura e, sobretudo, nos salmos: “aliás, segundo a Bíblia, é sinal de bênção poder envelhecer“.

A solidão na velhice

Mas, nos próprios salmos, também encontramos “esta sentida invocação ao Senhor: «Não me rejeites no tempo da velhice» (Sal 71, 9). Uma frase forte, crua. Faz pensar no sofrimento extremo de Jesus, quando gritou na cruz: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?» (Mt 27, 46)”. Assim, encontramos na Bíblia tanto “a certeza da proximidade de Deus” como “o temor do abandono, especialmente na velhice e nos períodos de sofrimento”. Isso porque é um reflexo da realidade, já que os idosos “com frequência”, encontram a solidão.

“Muitas vezes me sucedeu, como bispo de Buenos Aires, ir visitar lares de terceira idade, dando-me conta de como raramente recebiam visitas aquelas pessoas: algumas, há muitos meses, não viam os seus familiares.”

O Papa Francisco, então, traz algumas causas dessa solidão, provenientes, por exemplo, de situações de pobreza e conflitos, migrações e hostilidades dos jovens em relação aos idosos – essa uma mentalidade que deve ser “combatida e erradicada”, escreve o Pontífice, para não alimentar “uma certa conflitualidade geracional”: “se pensarmos bem, está hoje muito presente por todo o lado esta acusação, lançada contra os velhos, de «roubar o futuro aos jovens»”:

“O contraste entre as gerações é um equívoco, um fruto envenenado da cultura do conflito. Opor os jovens aos idosos é uma manipulação inaceitável: ‘O que está em jogo é a unidade das idades da vida’.”

O descarte dos idosos

“A solidão e o descarte dos idosos não são casuais nem inevitáveis, mas fruto de opções – políticas, econômicas, sociais e pessoais – que não reconhecem a dignidade infinita de cada pessoa”, continua Francisco na mensagem ao acrescentar nesse pacote triste da terceira idade, o descarte. O Papa afirma o quanto os idosos e as próprias famílias acabam sendo vítimas da “cultura individualista” porque, quando se envelhece, as pessoas ficam sem ajuda de ninguém: “cada vez mais «perdemos o gosto da fraternidade» (FRANCISCO, Carta enc. Fratelli tutti, 33)”.

“Isto acontece quando se perde vista o valor de cada pessoa, tornando-se ela apenas uma despesa que, em alguns casos, aparece demasiado elevada para pagar. O pior é que, muitas vezes, acabam dominados por esta mentalidade os próprios idosos que chegam a considerar-se como um fardo, sendo os primeiros a quererem desaparecer.”

“A solidão e o descarte tornaram-se elementos frequentes no contexto em que estamos imersos”. Mas, a Sagrada Escritura apresenta opções diferentes face à velhice, porque “viver sozinhos não pode ser a única alternativa”. Diante de um «não me abandones», é possível responder «não te abandonarei!», cuidando “de um idoso ou simplesmente demonstrando diariamente solidariedade a parentes ou conhecidos que não têm mais ninguém”. Manter-se junto aos idosos, comenta ainda Francisco, reconhecer “o papel insubstituível que eles têm na família, na sociedade e na Igreja, também nós receberemos muitos dons, tantas graças, inúmeras bênçãos!”.

“Neste IV Dia Mundial a eles dedicado, não deixemos de mostrar a nossa ternura aos avós e aos idosos das nossas famílias, visitemos aqueles que estão desanimados e já não esperam que seja possível um futuro diferente. À atitude egoísta que leva ao descarte e à solidão, contraponhamos o coração aberto e o rosto radioso de quem tem a coragem de dizer «não te abandonarei!» e de seguir um caminho diferente.”

Vatican News

Papa: Com a sua Ascensão Jesus nos conduz ao Céu

Dirigindo-se aos fiéis na Praça de São Pedro para a oração Regina Caeli no Domingo da Ascensão, Francisco recordou como o retorno de Jesus ao Pai abre para nós o caminho para o Céu

Do apartamento pontifício, o Santo Padre conduziu a oração mariana do Angelus deste domingo, 12 / Foto: Vatican Media­Handout via Reuters

Na alocução que precedeu a oração mariana do Regina Caeli deste domingo, 12, o Papa Francisco refletiu sobre o Evangelho do dia (Mc 16,19), data em que a Igreja de muitos países, inclusive do Brasil, celebra a Solenidade da Ascensão do Senhor. A liturgia mostra que Jesus aparece aos Apóstolos e confia “a tarefa de continuar a sua obra”. Com o retorno ao Pai, comentou o Pontífice, Cristo não se separa de nós, mas precede o nosso destino.

Francisco sugeriu a imagem das montanhas para compreender a Palavra, quando se sobre em direção a um cume: “caminha-se, com dificuldade, e, finalmente, em uma curva do caminho, o horizonte se abre e se vê o panorama”. Nessa hora as forças são redobradas para chegar ao topo: “e nós, a Igreja, somos exatamente aquele corpo que Jesus, tendo subido ao céu, arrasta consigo como em uma ‘escalada em grupo’”, mostrando “passo a passo”, “com alegria”, “a beleza da Pátria para a qual estamos caminhando”. E o Papa mostra quais são esses passos a serem dados até o caminho final:

“Dar vida, levar esperança, afastar-se de toda maldade e mesquinhez, responder ao mal com o bem, aproximar-se dos que sofrem. Esse é o ‘passo a passo’. E quanto mais fizermos isso, mais nos deixamos transformar pelo Espírito, mais seguimos o seu exemplo, e mais, como nas montanhas, sentimos o ar ao nosso redor se tornar leve e limpo, o horizonte amplo e a meta próxima, as palavras e os gestos se tornam bons, a mente e o coração se expandem e respiram.”

Ao final da reflexão, o Papa pediu a intercessão de Maria para nos ajudar a chegar à meta, que ela já alcançou, através de um caminho consciente rumo à glória do Céu:

“Então podemos nos perguntar: está vivo em mim o desejo por Deus, o desejo por seu amor infinito, por sua vida que é vida eterna? Ou estou um pouco castigado e ancorado às coisas passageiras, ou ao dinheiro, ou ao sucesso, ou aos prazeres? E o meu desejo pelo Céu, me isola, me fecha ou me leva a amar os meus irmãos com um coração grande e desinteressado, sentindo que eles são meus companheiros no caminho ao Paraíso?”

Canção Nova

Sete coisas que precisa saber sobre Nossa Senhora de Fátima

A aparição de Nossa Senhora de Fátima, aprovada pela Santa Sé, é a mais conhecida do século XX, particularmente pelo terceiro segredo que Maria revelou aos três pastorinhos na Cova da Iria (Portugal) e transcrito pela irmã Lúcia em 3 de janeiro de 1944.

A seguir, apresentamos setecoisas que todo católico deve saber sobre esta aparição.

1. A Virgem apareceu seis vezes em Fátima

Nos tempos da Primeira Guerra Mundial, a pastorinha Lúcia dos Santos disse ter experimentado visitas sobrenaturais da Virgem Maria em 1915, dois anos antes das conhecidas aparições.

Em 1917, ela e seus primos Francisco e Jacinta Marto, estavam trabalhando como pastores nos rebanhos de suas famílias. Em 13 de maio daquele ano, as três crianças presenciaram uma aparição da Virgem Maria que lhes disse, entre outras coisas, que regressaria durante os próximos seis meses todos os dias 13 na mesma hora.

Maria também revelou às crianças, na segunda aparição, que Francisco e Jacinta morreriam cedo e que Lúcia sobreviveria para dar testemunho das aparições.

Na terceira aparição, no dia 13 de julho, a Virgem revela a Lúcia o segredo de Fátima. Conforme os relatos, ela ficou pálida e gritou de medo chamando a Virgem pelo seu nome. Houve um trovão e a visão terminou. As crianças viram novamente a Virgem em 13 de setembro.

Na sexta e última aparição, no dia 13 de outubro, diante de milhares de peregrinos que chegaram à Fátima (Portugal), aconteceu o chamado “Milagre do sol”, no qual, após a aparição da Virgem Maria aos pastorinhos Jacinta, Francisco e Lúcia, pôde-se ver o sol tremer, em uma espécie de “dança”, conforme relataram os que estavam lá.

Uma epidemia de gripe espanhola atingiu a Europa em 1918 e matou cerca de 20 milhões de pessoas. Entre eles, estavam Francisco e Jacinta, que contraíram a doença naquele ano e faleceram em 1919 e 1920, respectivamente. Por sua parte, Lúcia entrou no convento das Irmãs Doroteias.

Em 13 de junho de 1929, na capela do convento em Tuy, na Espanha, Lúcia teve outra experiência mística na qual viu a Santíssima Trindade e a Virgem Maria. Esta última lhe disse: “Chegou o momento em que Deus pede ao Santo Padre, em união com todos os bispos do mundo, fazer a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio” (S. Zimdars-Schwartz, Encontro com a Maria, 197).

No dia 13 de outubro de 1930, o bispo de Leiria (agora Leiria-Fátima) proclamou as aparições de Fátima autênticas.

Entre 1935 e 1941, sob as ordens de seus superiores, irmã Lúcia escreveu quatro memórias dos acontecimentos de Fátima.

Na terceira memória – publicada em 1941 – escreveu as duas primeiras partes do segredo e explicou que havia uma terceira parte que o céu ainda não lhe permitia revelar.

Na quarta memória acrescentou uma frase ao final da segunda parte do segredo: “Em Portugal, se conservará sempre o dogma da fé, etc.”.

Esta frase foi a base de muita especulação, disseram que a terceira parte do segredo se referia a uma grande apostasia.

Depois da publicação da terceira e quarta memória, o mundo colocou a atenção no segredo de Fátima e nas três partes da mensagem, inclusive no pedido da Virgem para que a Rússia fosse consagrada ao seu Imaculado Coração através do papa e dos bispos do mundo.

No dia 31 de outubro de 1942, Pio XII consagrou não só a Rússia, mas também todo o mundo ao Imaculado Coração de Maria. O que faltou, entretanto, foi a participação dos bispos do mundo.

Em 1943, o bispo de Leiria ordenou que irmã Lúcia escrevesse o terceiro segredo de Fátima, mas ela não se sentia em liberdade de fazê-lo até 1944. Foi colocado em um envelope fechado no qual a irmã Lúcia escreveu que não deveria ser aberto até 1960.

4. A terceira parte do segredo de Fátima foi lida por vários papas

O segredo se manteve com o bispo de Leiria até 1957, quando foi solicitado (junto com cópias de outros escritos da irmã Lúcia) pela Congregação para a Doutrina da Fé. Segundo o cardeal Tarcísio Bertone, o segredo foi lido por João XXIII e Paulo VI.

“João Paulo II, por sua parte, pediu o envelope que contém a terceira parte do ‘segredo’ após a tentativa de assassinato que sofreu no dia 13 de maio 1981”.

Depois de ler o segredo, o papa percebeu a ligação entre a tentativa de assassinato e Fátima: “Foi a mão de uma mãe que guiou a trajetória da bala”, detalhou. Foi este papa quem decidiu publicar o terceiro segredo no ano 2000.

5. As chaves do segredo: arrependimento e conversão

O então cardeal Joseph Ratzinger (papa emérito Bento XVI), prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, assinalou que a chave da aparição de Fátima é seu chamado ao arrependimento e à conversão. (Comentário Teológico)

As três partes do segredo servem para motivar o indivíduo ao arrependimento e o fazem de uma maneira contundente.

6. A primeira parte do segredo é uma visão do inferno

A primeira parte do segredo – a visão do inferno – é para muitos a mais importante, porque revela aos indivíduos as trágicas consequências da falta de arrependimento e o que lhes espera no mundo invisível se não se converterem.

7. A segunda parte do segredo é sobre a devoção ao Imaculado Coração

Na segunda parte do segredo Maria diz:

“Você viu o inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para salvá-las, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”.

Depois de explicar a visão do inferno, Maria falou de uma guerra que “iniciará durante o pontificado de Pio XI”.

Esta última foi a Segunda Guerra Mundial, ocasionada, segundo as considerações da irmã Lúcia, pela incorporação da Áustria à Alemanha durante o pontificado de Pio XI (J. do Marchi, Temoignages sur les apparitions de Fatima, 346).

ACI Digital

Jubileu 2025: concessão da indulgência, tornar-se peregrinos de esperança

Abertura da Porta Santa durante o Jubileu da Misericórdia em 2015

Leia na íntegra as normas para a concessão da indulgência em vista do Jubileu de 2025, publicadas hoje (13/05) pela Penitenciaria Apostólica do Vaticano.
SOBRE A CONCESSÃO DA INDULGÊNCIA

DURANTE O JUBILEU ORDINÁRIO DO ANO 2025

PROCLAMADO POR SUA SANTIDADE O PAPA FRANCISCO

“Agora chegou o momento dum novo Jubileu, em que se abre novamente de par em par a Porta Santa para oferecer a experiência viva do amor de Deus” (Spes non confundit, 6). Na bula de proclamação do Jubileu Ordinário de 2025, o Santo Padre, no momento histórico atual em que, “esquecida dos dramas do passado, a humanidade encontra-se de novo submetida a uma difícil prova que vê muitas populações oprimidas pela brutalidade da violência” (Spes non confundit, 8), convida todos os cristãos a tornarem-se peregrinos de esperança. Esta é uma virtude a redescobrir nos sinais dos tempos, os quais, contendo “o anélito do coração humano, carecido da presença salvífica de Deus, pedem para ser transformados em sinais de esperança” (Spes non confundit, 7), que deverá ser obtida sobretudo na graça de Deus e na plenitude da Sua misericórdia.

Já na bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia de 2015, o Papa Francisco sublinhava o quanto a Indulgência adquiria, naquele contexto, “uma relevância particular” (Misericordiae vultus, 22), uma vez que a misericórdia de Deus “torna-se indulgência do Pai que, através da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e liberta-o de qualquer resíduo das consequências do pecado” (ibid.). Do mesmo modo, hoje, o Santo Padre declara que o dom da Indulgência “permite-nos descobrir como é ilimitada a misericórdia de Deus. Não é por acaso que, na antiguidade, o termo «misericórdia» era cambiável com o de «indulgência», precisamente porque pretende exprimir a plenitude do perdão de Deus que não conhece limites” (Spes non confundit, 23). A Indulgência é, pois, uma graça jubilar.

Também por ocasião do Jubileu Ordinário de 2025, portanto, por vontade do Sumo Pontífice, este “Tribunal de Misericórdia”, ao qual compete dispor tudo o que diz respeito à concessão e ao uso das Indulgências, pretende estimular os ânimos dos fiéis a desejar e alimentar o piedoso desejo de obter a Indulgência como dom de graça, próprio e peculiar de cada Ano Santo, e estabelece as seguintes prescrições, para que os fiéis possam usufruir das “disposições necessárias para poder obter e tornar efetiva a prática da Indulgência Jubilar” (Spes non confundit, 23).

Durante o Jubileu Ordinário de 2025, permanecem em vigor todas as outras concessões de Indulgência. Todos os fiéis verdadeiramente arrependidos, excluindo qualquer apego ao pecado (cf. Enchiridion Indulgentiarum, IV ed., norm. 20, § 1) e movidos por um espírito de caridade, e que, no decurso do Ano Santo, purificados pelo sacramento da penitência e revigorados pela Sagrada Comunhão, rezem segundo as intenções do Sumo Pontífice, poderão obter do tesouro da Igreja pleníssima Indulgência, remissão e perdão dos seus pecados, que se pode aplicar às almas do Purgatório sob a forma de sufrágio:

I.- Nas sagradas peregrinações

Os fiéis, peregrinos de esperança, poderão obter a Indulgência Jubilar concedida pelo Santo Padre se empreenderem uma piedosa peregrinação:

a qualquer lugar sagrado do Jubileu: aí participando devotamente na Santa Missa (sempre que as normas litúrgicas o permitam, poderá recorrer-se especialmente à Missa própria para o Jubileu ou à Missa votiva: Pela reconciliação, Pelo perdão dos pecados, Para pedir a virtude da caridade e Para promover a concórdia); numa Missa ritual para conferir os sacramentos da iniciação cristã ou a Unção dos Enfermos; na celebração da Palavra de Deus; na Liturgia das Horas (Ofício de Leituras, Laudes, Vésperas); na Via-Sacra; no Rosário Mariano; no hino Akathistos; numa celebração penitencial, que termine com as confissões individuais dos penitentes, como está estabelecido no Rito da Penitência (forma II);

em Roma: a pelo menos uma das quatro Basílicas Papais Maiores: São Pedro no Vaticano, Santíssimo Salvador em Laterão, Santa Maria Maior, São Paulo fora de Muros;

na Terra Santa: a pelo menos uma das três basílicas: do Santo Sepulcro em Jerusalém, da Natividade em Belém, da Anunciação em Nazaré;

noutras circunscrições eclesiásticas: à igreja catedral ou a outras igrejas e lugares santos designados pelo Ordinário do lugar. Os Bispos terão em conta as necessidades dos fiéis, assim como a própria oportunidade de manter intacto o significado da peregrinação com toda a sua força simbólica, capaz de manifestar a necessidade ardente de conversão e reconciliação;

II.- Nas piedosas visitas aos lugares sagrados

Ademais, os fiéis poderão obter a Indulgência jubilar se, individualmente ou em grupo, visitarem devotamente qualquer lugar jubilar e aí dedicarem um côngruo período de tempo à adoração eucarística e à meditação, concluindo com o Pai-Nosso, a Profissão de Fé em qualquer forma legítima e invocações a Maria, Mãe de Deus, para que, neste Ano Santo, todos possam “experimentar a proximidade da mais afetuosa das mães, que nunca abandona os seus filhos” (Spes non confundit, 24).

Na particular ocasião do Ano Jubilar, poderão visitar-se, para além dos supramencionados insignes lugares de peregrinação, estes outros lugares sagrados nas mesmas condições:

em Roma: a Basílica de Santa Cruz em Jerusalém, a Basílica de São Lourenço fora de Muros, a Basílica de São Sebastião (recomenda-se vivamente a devota visita conhecida como “das sete Igrejas”, tão cara a São Filipe Neri), o Santuário do Divino Amor, a Igreja do Espírito Santo em Sassia, a Igreja de São Paulo “alle Tre Fontane”, o lugar do Martírio do Apóstolo, as Catacumbas cristãs; as igrejas dos caminhos jubilares dedicadas ao Iter Europaeum e as igrejas dedicadas às Mulheres Padroeiras da Europa e Doutoras da Igreja (Basílica de Santa Maria sobre Minerva, Santa Brígida em Campo de’ Fiori, Igreja Santa Maria da Vitória, Igreja de “Trinità dei Monti”, Basílica de Santa Cecília em Trastevere, Basílica de Santo Agostinho em Campo Marzio);

noutros lugares do mundo: as duas Basílicas Papais menores de Assis, de São Francisco e de Santa Maria dos Anjos; as Basílicas Pontifícias de Nossa Senhora de Loreto, de Nossa Senhora de Pompeia, de Santo António de Pádua; qualquer Basílica menor, igreja catedral, igreja concatedral, santuário mariano, assim como, para o benefício dos fiéis, qualquer insigne igreja colegiada ou santuário designado por cada Bispo diocesano ou eparquial, bem como santuários nacionais ou internacionais, “lugares sagrados de acolhimento e espaços privilegiados para gerar esperança” (Spes non confundit, 24), indicados pelas Conferências Episcopais.

Os fiéis verdadeiramente arrependidos que não puderem participar nas celebrações solenes, nas peregrinações e nas piedosas visitas por motivos graves (como, primeiramente, todas as monjas e monges de clausura, os idosos, os doentes, os reclusos, assim como quantos, nos hospitais ou noutros lugares de assistência, prestam um serviço continuado aos doentes), receberão a Indulgência jubilar nas mesmas condições se, unidos em espírito aos fiéis presentes, sobretudo nos momentos em que as palavras do Sumo Pontífice ou dos Bispos diocesanos forem transmitidas através dos meios de comunicação, recitarem nas suas casas ou nos lugares onde o impedimento os reter (por exemplo, na capela do mosteiro, do hospital, do centro de assistência, da prisão…) o Pai-Nosso, a Profissão de Fé em qualquer forma legítima e outras orações em conformidade com as finalidades do Ano Santo, oferecendo os seus sofrimentos ou as dificuldades da sua vida;

III.- Nas obras de misericórdia e de penitência

Além disso, os fiéis poderão obter a Indulgência jubilar se, com ânimo devoto, participarem em Missões populares, em exercícios espirituais ou em encontros de formação sobre os textos do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica, que se realizem numa igreja ou noutro lugar adequado, segundo a intenção do Santo Padre.

Apesar da norma segundo a qual se pode obter uma só Indulgência plenária por dia (cf. Enchiridion Indulgentiarum, IV ed., norm. 18, § 1), os fiéis que terão praticado o ato de caridade a favor das almas do Purgatório, se se aproximarem legitimamente do sacramento da Comunhão uma segunda vez no mesmo dia, poderão obter duas vezes no mesmo dia a Indulgência plenária, aplicável apenas aos defuntos (entende-se no âmbito de uma celebração eucarística; cf. cân. 917 e Pontificia Commissione per l’interpretazione autentica del CIC, Responsa ad dubia, 1, 11 iul. 1984). Com esta dupla oblação, cumpre-se um louvável exercício de caridade sobrenatural, através daquele vínculo pelo qual estão unidos no Corpo místico de Cristo os fiéis que ainda peregrinam sobre a terra, juntamente com aqueles que já completaram o seu caminho, em virtude do facto de que “a Indulgência Jubilar, em virtude da oração, destina-se de modo particular a todos aqueles que nos precederam, para que obtenham plena misericórdia” (Spes non confundit, 22).

Mas, de modo particular, precisamente “no Ano Jubilar, seremos chamados a ser sinais palpáveis de esperança para muitos irmãos e irmãs que vivem em condições de dificuldade” (Spes non confundit, 10): a Indulgência está, portanto, ligada também às obras de misericórdia e de penitência, com as quais se testemunha a conversão empreendida. Os fiéis, seguindo o exemplo e o mandato de Cristo, sejam encorajados a praticar mais frequentemente obras de caridade ou misericórdia, principalmente ao serviço daqueles irmãos que se encontram oprimidos por diversas necessidades. Mais concretamente, redescubram “as obras de misericórdia corporal: dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos” (Misericordiae vultus, 15) e redescubram também “as obras de misericórdia espiritual: aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas, rezar a Deus pelos vivos e defuntos” (ibid.).

Do mesmo modo, os fiéis poderão obter a Indulgência jubilar se se deslocarem para visitar por um côngruo período de tempo os irmãos que se encontrem em necessidade ou dificuldade (doentes, presos, idosos em solidão, pessoas com alguma deficiência…), quase fazendo uma peregrinação em direção a Cristo presente neles (cf. Mt 25, 34-36) e cumprindo as habituais condições espirituais, sacramentais e de oração. Os fiéis poderão, sem dúvida, repetir estas visitas no decurso do Ano Santo, adquirindo em cada uma delas a Indulgência plenária, mesmo quotidianamente.

A Indulgência plenária jubilar também poderá ser obtida mediante iniciativas que implementem de forma concreta e generosa o espírito penitencial, que é como que a alma do Jubileu, redescobrindo em particular o valor penitencial das sextas-feiras: abstendo-se, em espírito de penitência, durante pelo menos um dia, de distrações fúteis (reais mas também virtuais, induzidas, por exemplo, pelos meios de comunicação social e pelas redes sociais) e de consumos supérfluos (por exemplo, jejuando ou praticando a abstinência segundo as normas gerais da Igreja e as especificações dos Bispos), assim como devolvendo uma soma proporcional em dinheiro aos pobres; apoiando obras de caráter religioso ou social, especialmente em favor da defesa e da proteção da vida em todas as suas fases e da própria qualidade de vida, das crianças abandonadas, dos jovens em dificuldade, dos idosos necessitados ou sós, dos migrantes de vários Países “que deixam a sua terra à procura duma vida melhor para si próprios e suas famílias” (Spes non confundit, 13); dedicando uma parte proporcional do próprio tempo livre a atividades de voluntariado, que sejam de interesse para a comunidade, ou a outras formas semelhantes de empenho pessoal.

Todos os Bispos diocesanos ou eparquiais e aqueles que pelo direito lhes são equiparados, no dia mais oportuno deste tempo jubilar, por ocasião da celebração principal na catedral e nas igrejas jubilares individuais, poderão conceder a Bênção Papal com a Indulgência Plenária anexa, que pode ser obtida por todos os fiéis que receberem tal Bênção nas condições habituais.

Para que o acesso ao sacramento da Penitência e à consecução do perdão divino através do poder das Chaves seja pastoralmente facilitado, os Ordinários locais são convidados a conceder aos cónegos e aos sacerdotes que, nas Catedrais e nas Igrejas designadas para o Ano Santo, puderem ouvir as confissões dos fiéis, as faculdades limitadamente ao foro interno, como se indica, para os fiéis das Igrejas Orientais, no cân. 728, § 2 do CCIO, e, no caso de uma eventual reserva, o cân. 727, excluídos, como é evidente, os casos considerados no cân. 728, § 1; para os fiéis da Igreja latina, as faculdades indicadas no cân. 508, § 1 do CDC.

A este propósito, esta Penitenciaria exorta todos os sacerdotes a oferecer com generosa disponibilidade e dedicação a mais ampla possibilidade dos fiéis usufruírem dos meios da salvação, adotando e publicando horários para as confissões, de acordo com os párocos ou os reitores das igrejas vizinhas, estando presentes no confessionário, programando celebrações penitenciais de forma fixa e frequente, oferecendo também a mais ampla disponibilidade de sacerdotes que, por terem atingido limite de idade, não tenham encargos pastorais definidos. Dependendo das possibilidades, recorde-se ainda, segundo o Motu Proprio Misericordia Dei, a oportunidade pastoral de ouvir as Confissões também durante a celebração da Santa Missa.

Para facilitar a tarefa dos confessores, a Penitenciaria Apostólica, por mandato do Santo Padre, dispõe que os sacerdotes que acompanhem ou se unam a peregrinações jubilares fora da própria Diocese possam valer-se das mesmas faculdades que lhes foram concedidas na sua própria Diocese pela autoridade legítima. Faculdades especiais serão depois concedidas por esta Penitenciaria Apostólica aos penitenciários das basílicas papais romanas, aos cónegos penitenciários ou aos penitenciários diocesanos instituídos em cada uma das circunscrições eclesiásticas.

Os confessores, depois de terem amorosamente instruído os fiéis acerca da gravidade dos pecados aos quais estiver anexada uma reserva ou uma censura, determinarão, com caridade pastoral, penitências sacramentais apropriadas, de modo a conduzi-los o mais possível a um arrependimento estável e, segundo a natureza dos casos, a convidá-los à reparação de eventuais escândalos e danos.

Enfim, a Penitenciaria convida fervorosamente os Bispos, enquanto detentores do tríplice múnus de ensinar, guiar e santificar, a ter o cuidado de explicar claramente as disposições e os princípios aqui propostos para a santificação dos fiéis, tendo em conta de modo particular as circunstâncias de lugar, cultura e tradições. Uma catequese adequada às características socioculturais de cada povo poderá propor de forma eficaz o Evangelho e a integridade da mensagem cristã, enraizando mais profundamente nos corações o desejo deste dom único, obtido em virtude da mediação da Igreja.

O presente Decreto tem validade para todo o Jubileu Ordinário de 2025, não obstante qualquer disposição contrária.

Dado em Roma, da sede da Penitenciaria Apostólica, 13 de maio de 2024, Memória da Beata Virgem Maria de Fátima.

Angelo Card. De Donatis

Penitenciário-Mor

Vatican News

Padres da arquidiocese de Porto Alegre relatam drama das paróquias inundadas

Parte interna da paróquia Imaculada Conceição, no bairro Rio Branco, em Canoas (RS) alagada pelas cheias | Arquivo pessoal

As fortes chuvas que assolam o Rio Grande do Sul desde o fim de abril afetaram 31 igrejas dos quatro vicariatos da arquidiocese de Porto Alegre. “Pela altura que chegou a água nós perdemos todo o material de missa, alfaias, livros litúrgicos, tudo, tudo”, contou a ACI Digital, o padre Fabiano Glaser, pároco de Nossa Senhora Medianeira, no município de Eldorado do Sul (RS).

A maior enchente do Rio Grande do Sul já atingiu 450 dos 497 municípios do Estado, cerca de 90%, segundo o boletim diário da Defesa Civil emitido hoje (14), às 9h. Foram registrados até agora 147 mortes, 125 desaparecidos, 806 pessoas feridas e mais de 538 mil desabrigadas. Foram resgatadas mais de 76 mil pessoas e 11 mil animais. O nível do Guaíba que tinha caído para 4,72 metros na última sexta-feira (10), voltou a subir hoje para 5,20. Segundo as projeções da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a água pode chegar a 5,40m ainda hoje.

Igrejas inundadas

Padre Fabiano Glaser disse que a paróquia fica em uma área urbana que foi 100% atingida pelas fortes chuvas. Ela é composta por “seis igrejas” e somente uma não foi tomada “pelas águas” porque está em um “distrito chamado Parque Eldorado que não teve inundações”, e com isso, pôde acolher alguns “desabrigados”.

Segundo o sacerdote, “o povo está bastante desanimado porque é a terceira enchente em nove meses” e “muitas pessoas” disseram que vão embora da cidade. “Inclusive lideranças da paróquia”, disse o padre.

“Então, vai ser um longo e árduo trabalho de reconstrução. Eu estou tentando manter contato com os paroquianos pelo WhatsApp, por vídeo e tentando me fazer próximo por mensagens de perseverança”, disse o pároco.

“Aqui na paróquia eu estou rezando missa”, disse o padre. “Então toda vez que tem uma missa eu aviso para o pessoal e quem tá próximo vem e participa”.

Segundo o padre Fabiano, a paróquia está fazendo uma campanha para arrecadar fundos para a reconstrução: “SOS Paróquia Nossa Senhora Medianeira”. A contribuição pode ser feita através da chave pix da igreja: 92.858.000/0201-70 (CNPJ).

Paróquia resgata 1,2 mil pessoas

A sede da paróquia da Imaculada Conceição, que está há 72 anos no bairro Rio Branco, foi “a primeira igreja assolada com as chuvas” em Canoas (RS), segundo o vigário da paróquia, padre Rodrigo Barroso. “Uma água que ultrapassava os bancos, que entrou também na sacristia e na secretaria da paróquia. Em bens materiais perdemos muito”, disse padre Rodrigo Barroso a ACI Digital.

Segundo o sacerdote, a paróquia “foi o ponto de resgate para mais ou menos umas mil e duzentas pessoas que começaram a vir até a igreja para encontrarem o resgate” de barco.

“Com a força das águas nós não conseguimos nem fechar as portas da igreja. Hoje, eu estive lá e nós conseguimos fechar a paróquia”, informou.

O vigário não sabe “quanto tempo” vão “demorar para retornar à normalidade” no bairro e por isso as missas estão sendo celebradas na paróquia São Luiz Gonzaga, no centro de Canoas. Padre Rodrigo disse que a paróquia está arrecadando doações aos fiéis por meio da chave pix da paróquia: 92.858.000/0162-20 (CNPJ).

“Pior do que furacão”

A paróquia Sagrado Coração de Jesus, no bairro Harmonia, em Canoas (RS) e suas 13 comunidades também “ficaram debaixo da água. Tudo foi perdido, nada foi salvo”. “Todas as casas” do bairro “estão debaixo da água” e isso “é uma realidade muito triste, muito angustiante e muito desesperadora”, disse o pároco, frei Juan Miguel Gutiérrez Mendéz a ACI Digital.

Natural da República Dominicana, o frade capuchinho relatou que a realidade de Harmonia é “como se fosse um filme de terror”. “Na minha vida, nunca passei por uma situação como esta, é a primeira vez. Na República Dominicana, que é uma terra onde todos os anos tem furacão, nunca passei uma situação como esta”, disse o frade. “É um momento muito difícil que nós estamos vivendo”.

ACI Digital / Monasa Narjara

Hoje começa a novena ao Espírito Santo

No dia 19 de maio, a Igreja celebra o Espírito Santo e, por isso, durante nove dias, os fiéis se preparam para Pentecostes, a grande Solenidade em honra à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.

A seguir, uma novena ao Espírito Santo:

Rezemos juntos a oração do Espírito Santo.

Orações iniciais para todos os dias

Deus meu, Deus de amor e de verdade. Senhor Jesus, Autor da santificação de nossas almas, eu, prostrado humildemente ante Vossa soberana Majestade, detesto, na amargura do meu coração, todos os meus pecados cometidos em ofensa a Vós, que é digno de ser amado sobre todas as coisas.

Oh, Bondade infinita, que jamais eu vos tivera ofendido!

Perdoai-me, Senhor, Deus de graça e de misericórdia, perdoai minhas contínuas infidelidades. Perdoai-me, ó Deus, por não ter tido valor para executar coisa boa alguma, depois de, tantas vezes, Vossa misericórdia e graça ter solicitado a mim, repreendido-me e inspirado-me amorosamente.

Pesa sobre mim o arrependimento da ingrata correspondência e indigna cegueira com que tenho resistido incessantemente a Vossos doces e divinos chamados. Mas proponho, firmemente, com Vosso auxílio, não ser rebelde a Vós e seguir, daqui em adiante, Vossas ternas inspirações com suma docilidade. Para este fim, iluminai-me!

Oh, Fonte de luz, fortalecei minha vontade, purificai meu coração, arrancai todos os meus pensamentos, desejos e afetos, e concedei-me ser digno de obter os frutos bem-aventurados que Vossos dons produzem nas almas que os possuem.

Concedei-me as graças que Vos peço, nesta novena, a fim de que, para maior glória Vossa, eu Vos veja, ame e adore sem fim. Amém.

Primeiro dia

Oh, Espírito Santo, Fonte Viva de divinas águas, que, na criação do mundo, santificastes as imensas águas que rodeavam o mundo e as águas do Jordão! No batismo de Jesus Cristo, Senhor nosso, eu Vos suplico que sejais, em meu Espírito, tão árido e seco, a Sagrada Fonte de água viva, que jamais se esgota e brota até a vida eterna.

A graça que Vos peço, nesta novena, é para maior glória Vossa e bem de minha alma. Amém!

Rezar 1 Pai-Nosso e 1 Ave-Maria em honra à Santíssima Trindade

Segundo dia

Oh, Espírito Santo, fazendo sombra, com Vossa virtude altíssima, à puríssima Virgem Maria e, ao mesmo tempo, a transbordando de graça, fizeste, de um modo inefável e Onipotente, a obra infinita da Encarnação do Verbo Eterno no seio virginal de Vossa celestial Esposa.

E a graça que Vos peço, nesta novena, é para maior glória Vossa e bem de minha alma. Amém!

Rezar 1 Pai-Nosso e 1 Ave-Maria em honra à Santíssima Trindade

Terceiro dia

Oh, Espírito Santo, Celestial Pomba que, abrindo de par em par os céus, descestes sobre Jesus já batizado, no Jordão, simbolizando que, desde esse momento em que tomou a natureza humana, habitava n’Ele a plenitude da divindade.

Vinde sobre a mim, Espírito de Deus, que sou pobre e miserável, e enchei-me do dom de sabedoria, de conselho, entendimento e fortaleza, do dom de ciência, piedade e de temor a Deus. E que a graça que Vos peço, nesta novena, seja para maior glória Vossa e bem de minha alma. Amém.

Rezar 1 Pai-Nosso e 1 Ave-Maria em honra à Santíssima Trindade

Quarto dia

E a graça que Vos peço, nesta novena, seja para maior glória Vossa e bem de minha alma. Amém.

Rezar 1 Pai-Nosso e 1 Ave-Maria em honra à Santíssima Trindade

Quinto dia

Oh, Espírito Santo, Suave Vento que teve o Cenáculo e deu força e valor aos corações de quantos Vos esperavam, orando fervorosamente unidos com alma e coração! Oh, Espírito de vida e amor, enchei de graça toda a casa de meu pequeno espírito, minha memória, entendimento e vontade.

E a graça que Vos peço, nesta novena, seja para maior glória Vossa e bem de minha alma. Amém.

Rezar 1 Pai-Nosso e 1 Ave-Maria em honra à Santíssima Trindade

 Sexto dia

Oh, Espírito Santo, Luz claríssima que ilustrou o entendimento dos santos apóstolos, comunicando-lhes, como Sol divino, toda a luz que necessitavam para sua perfeição e para a conversão do mundo! Oh, Luz beatíssima, iluminai todos os lugares tenebrosos de meu interior para que Vos conheça e dê a conhecer a todo o mundo.

E a graça que Vos peço, nesta novena, seja para maior glória Vossa e bem de minha alma. Amém.

Rezar 1 Pai-Nosso e 1 Ave-Maria em honra à Santíssima Trindade

Sétimo dia

Oh, Espírito Santo, Sagrado Fogo, que aparecendo visível aos apóstolos, no dia de Pentecostes, inflamastes divinamente o coração deles para que, abrasados em Vosso amor, incendiassem todo o mundo nas mesmas sagradas chamas. Acendei, em Vosso Santíssimo ardor, meu coração gelado, para que, abrasado meu espírito neles, acenda em Vosso divino amor a quantos pessoas eu conheça.

E a graça que Vos peço, nesta novena, seja para maior glória Vossa e bem de minha alma. Amém.

Rezar 1 Pai-Nosso e 1 Ave-Maria em honra à Santíssima Trindade

Oitavo dia

Oh, Espírito Santo, caridade essencial, que difundiu Vossos divinos dons nos corações humanos, comunicando-lhes todas as divinas graças, que se incluem em nossos sete dons, e compreendem tudo o quanto necessita a vida espiritual, própria de cada um, e a qual desejais que se comunique a todos os homens:

Oh, Caridade Santíssima, infundi em meu coração tão pobre de Vossos sete dons e com eles publique Vossas grandezas.

Oh, Deus misericordioso, Vós que, antigamente, enchestes, neste dia, os peitos apostólicos de vossa graça, dai-nos Vossos divinos carismas, concedei-nos tempos tranquilos, confirmai as graças que Vos temos pedido nesta novena.

E a graça que Vos peço, nesta novena, seja para maior glória vossa e bem de minha alma. Amém.

Nono dia

Hoje, completaram-se os dias de Pentecostes. Aleluia! Hoje, reproduzem-se as felizes alegrias quando o Espírito Consolador baixou sobre Seus apóstolos. Aleluia!

Raiou, hoje, o resplendor do divino fogo, repousou o Espírito Santo em forma de línguas sobre eles. Aleluia! Hoje, concedeu-lhes palavras edificadoras, inflamou-os com Seu amor e os encheu de Seus inumeráveis carismas. Aleluia! Aleluia! Foram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em várias línguas. Aleluia!

Oh, Deus, que haveis instruído, neste dia, o coração dos fiéis com a ilustração do Espírito Santo, dai-me a graça de sentir retamente, com este mesmo Espírito, e aproveitar sempre de Sua consolação.

Por Jesus Cristo Senhor Nosso, Seu Filho, que vive contigo e reina na unidade do mesmo Espírito Santo, amém.

Oração final

Vem, oh, Criador Espírito!

Nossas almas visitai, nosso peito, que Vós criastes, enchei de graça celestial, pois sois Paráclito Espírito, dom do Pai celestial, fonte viva, sacrofogo, unção santa.

Em Seus dons setiformes, tal promessa paternal, dedo eterno de Deus Pai, nossas línguas inflamai. Ilustrai nossos sentidos, o coração inflamai, nossos corpos, que são fracos, com vossa virtude armai.

Apartai os inimigos, dai-nos a divina paz e sendo Vos nosso guia livrai-nos de toda maldade.

Por Vos ao Pai e ao Filho, nesta vida mortal convocamos, e cremos sempre em tua Divindade.

A Deus Pai seja glória, ao filho glória imortal e ao Espírito Paráclito por toda a eternidade. Amém.

Oração ao Espírito Santo

Diviníssimo consolador de minha alma, fogo, luz e celestial ardor dos corações humanos, se é para glória de vossa Majestade que eu consiga o que eu desejo e peço neste dia, digna-Vos conceder-me benignamente;

E senão dirigi meu pedido, dando-me as graças que tem de ser para vossa maior glória e bem da salvação de minha alma. Amém.

(Cada um se recolherá interiormente e pedirá a graça que mais necessite. Será concluido todos os dias com a antífona, verso, resposta e oração seguintes)

Antífona

Vos desejarei, aleluia;

Voe e venho a nós, aleluia;

E se alegrará nosso coração, aleluia, aleluia.

Enviai, Senhor, vosso Santo Espírito, e serão criados.

E renovareis a face da terra.

Oh! Deus que haveis instruído os corações dos fiéis com a ilustração do Espírito Santo; dai-nos o sentir retamente com este mesmo Espírito, e aproveitar sempre de sua consolação.

ACI Digital

Papa proclama o Jubileu: “Que a esperança preencha os nossos dias!”

Na Solenidade da Ascensão, celebrada no Vaticano, o Santo Padre reforçou a importância da virtude da esperança na vida dos cristãos

Papa Francisco participa da leitura da Bula da proclamação do Ano Santo / Foto: Vatican MediaIPA/Sipa USA via Reuters

O Papa Francisco presidiu na tarde desta quinta-feira, 9, na Basílica de São Pedro, a celebração das Segundas Vésperas na Solenidade da Ascensão do Senhor. Em muitos países, esta festividade litúrgica é transferida para domingo sucessivo, a fim de contemplar a maior participação dos fiéis.

Pouco antes, no átrio da Basílica, em frente à Porta Santa que, como anunciado também nesta tarde, será aberta em 24 de dezembro de 2024 para dar início ao Jubileu de 2025, o Papa entregou a Bula de proclamação do Ano Santo aos representantes da Igreja nos cinco continentes. Alguns trechos da Bula foram lidos por monsenhor Leonardo Sapienza, regente da Prefeitura da Casa Pontifícia e decano do Colégio dos protonotários apostólicos.

O cumprimento da missão de Jesus

Francisco, em sua homilia recordou que “a Ascensão do Senhor não é afastar-se, separar-se, distanciar-se de nós, mas o cumprimento da sua missão: Jesus desceu até nós para nos fazer subir ao Pai; desceu até ao fundo para nos levar ao alto; desceu às profundezas da terra, para que o Céu pudesse abrir-se de par em par sobre nós. Destruiu a nossa morte para podermos receber a vida, para sempre”.

“Irmãos e irmãs, é esta esperança radicada em Cristo morto e ressuscitado que queremos celebrar, acolher e anunciar ao mundo inteiro no próximo Jubileu, que já está à porta.”

Segundo o Papa, esse ato não se trata de mero otimismo humano ou de uma expectativa efêmera ligada a qualquer segurança terrena:”É uma realidade já atuada em Jesus e que diariamente nos é dada também a nós até chegarmos a ser um só no abraço do seu amor”.

Nos tornarmos “cantores de esperança”

O Papa sublinhou que a virtude da esperança sustenta o caminho da nossa vida, “mesmo quando este se apresenta tortuoso e cansativo; abre diante de nós sendas de futuro, quando a resignação e o pessimismo querem manter-nos prisioneiros; faz-nos ver o bem possível, quando parece prevalecer o mal; infunde-nos serenidade, quando o coração está oprimido pelo fracasso e o pecado; faz-nos sonhar com uma humanidade nova e torna-nos corajosos na construção dum mundo fraterno e pacífico, quando parece inútil empenharmo-nos”.

“Meus amigos, enquanto nos preparamos para o Jubileu com o Ano da Oração, elevemos o coração para Cristo, a fim de nos tornarmos cantores de esperança num mundo marcado por demasiadas situações desesperadas.”

Despertar na humanidade alegria e coragem

“É de esperança que precisamos”, sublinhou Francisco, dela necessita a sociedade em que vivemos, muitas vezes imersa apenas no presente e incapaz de olhar para o futuro; dela necessita a nossa época, que por vezes se arrasta cansadamente no cinzento do individualismo e do “ir sobrevivendo”; dela necessita a criação, gravemente ferida e desfigurada pelos egoísmos humanos; dela necessitam os povos e as nações, que olham cheios de inquietação e medo para o amanhã, enquanto as injustiças campam com arrogância, os pobres são descartados, as guerras semeiam morte, os últimos continuam no fundo da lista e o sonho dum mundo fraterno corre o risco de parecer uma miragem.

“De esperança necessitam os jovens, muitas vezes desorientados, mas desejosos de viver em plenitude; dela necessitam os idosos, que a cultura da eficiência e do descarte já não sabe respeitar nem ouvir; dela necessitam os doentes e todos aqueles que estão feridos no corpo e no espírito, que podem receber alívio através da nossa solidariedade e cuidado”.

A proximidade de Deus

De esperança precisa a Igreja, destacou o Papa, “para que, mesmo quando experimenta o peso do cansaço e da fragilidade, nunca se esqueça de que é a Esposa de Cristo, amada com amor eterno e fiel, chamada a conservar a luz do Evangelho, enviada para transmitir a todos o fogo que Jesus trouxe e acendeu, de uma vez para sempre, no mundo”.

“Cada um de nós precisa de esperança: as nossas vidas, às vezes cansadas e feridas, os nossos corações sedentos de verdade, bondade e beleza, os nossos sonhos que nenhuma escuridão pode extinguir. Tudo, dentro e fora de nós, invoca esperança e vai procurando, mesmo sem o saber, a proximidade a Deus.”

“Irmãos e irmãs, que o Senhor ressuscitado e elevado ao Céu nos dê a graça de redescobrir a esperança, de anunciar a esperança, de construir a esperança”, concluiu o Pontífice.

Canção Nova

Francisco: filhos que nascem, esperança em um mundo egoísta

Francisco participou, na manhã desta sexta-feira (10/05), da 4ª edição dos Estados Gerais da Natalidade e contestou teorias que consideram o nascimento de crianças como um fator de desequilíbrio. O Pontífice destacou que a vida é um presente, não um problema, criticando o materialismo e o consumismo desenfreado, e fez um apelo aos governos por um maior compromisso em proteger a vida.

Papa Francisco participa da 4ª edição dos Estados Gerais da Natalidade

O Papa Francisco participou, na manhã desta sexta-feira (10/05), no Auditório da Conciliação, em Roma, da 4ª edição dos Estados Gerais da Natalidade, um evento promovido pelo Fórum das Associações Familiares e que visa sensibilizar o público sobre os problemas ligados ao declínio da natalidade e às relativas desejáveis ​soluções.

“Estou feliz por estar com vocês novamente porque, como sabem, o tema da natalidade está muito próximo do meu coração”, introduziu o Pontífice em seu discurso, ressaltando que “os filhos são dons que recebemos, e isso nos faz lembrar que Deus tem fé na humanidade”. E ao refletir sobre o lema do evento: “Estar presente, mais juventude, mais futuro”, Francisco enfatizou a importância de trabalhar juntos para promover a taxa de natalidade com “realismo, clarividência e coragem”, três palavras-chave que ele refletiu com os participantes.

A vida é uma dádiva de Deus

Segundo o Papa, a palavra realismo, nos recorda que, no passado alguns estudos e teorias alertavam sobre o número de habitantes da Terra, pois o nascimento de muitas crianças criaria desequilíbrios econômicos, falta de recursos e poluição:

“Sempre me chamou a atenção o fato de que essas teses, já ultrapassadas, falavam dos seres humanos como se fossem problemas. Mas a vida humana não é um problema, é uma dádiva. E na raiz da poluição e da fome no mundo não estão as crianças que nascem, mas as escolhas daqueles que só pensam em si mesmos, o delírio de um materialismo desenfreado, cego e desmedido, de um consumismo que, como um vírus maligno, mina a existência das pessoas e da sociedade pela raiz.”

Egoísmo e consumismo

Ao denunciar o egoísmo presente no coração de tantas pessoas, o Papa sublinhou que “o problema não é quantos de nós há no mundo, mas que tipo de mundo estamos construindo; não são as crianças, mas o egoísmo, que cria injustiças e estruturas de pecado, a ponto de tecer interdependências doentias entre sistemas sociais, econômicos e políticos”. Os lares, observou Francisco, “estão cheios de objetos e vazios de crianças, tornando-se lugares muito tristes. Não faltam cachorrinhos, gatos…O que está faltando são crianças”, e completou:

“O problema do nosso mundo não é o nascimento de crianças: é o egoísmo, o consumismo e o individualismo, que tornam as pessoas fartas, solitárias e infelizes.”

Sem crianças, não há futuro

O número de nascimentos é o primeiro indicador da esperança de um povo, “sem crianças e jovens, um país perde seu desejo de futuro”, afirmou o Santo Padre, que falou diretamente sobre a realidade da Itália, onde a idade média é atualmente de 47 anos. Os registros negativos estão aumentando e a Europa está se tornando progressivamente “um continente cansado e resignado, tão ocupado em exorcizar a solidão e a angústia que não sabe mais como saborear a verdadeira beleza da vida”.

Promover a cultura da generosidade

Francisco também exortou sobre a urgente necessidade de políticas eficazes e voltadas para o futuro, “semeando hoje para que as crianças possam colher amanhã”. Há necessidade de “clarividência”, reforçou o Papa ao abordar a segunda palavra-chave, “de um compromisso maior por parte de todos os governos, para ajudar as famílias, as mães e muitos casais jovens a se livrarem do fardo da insegurança no trabalho e da impossibilidade de comprar uma casa. É preciso promover uma cultura da generosidade e da solidariedade entre as gerações, rever hábitos e estilos de vida, renunciando ao supérfluo para dar aos mais jovens uma esperança para o amanhã”.

E dirigindo-se aos jovens, o Santo Padre destacou a terceira palavra, “coragem”, e acrescentou:

“Sei que para muitos de vocês o futuro pode parecer inquietante e que, entre a desnatalidade, as guerras, as pandemias e as mudanças climáticas, não é fácil manter viva a esperança. Mas não desistam, tenham fé, porque o amanhã não é algo inevitável: nós o construímos juntos e, nesse “juntos”, encontramos primeiramente o Senhor. Não nos resignemos a um roteiro escrito por outros, mas rememos para mudar de rumo, mesmo ao custo de ir contra a maré!”

Jovens e idosos juntos

Antes de concluir, de forma espontânea, Francisco destacou “outra parte muito importante” na construção do futuro: os avós. “Hoje existe uma cultura de esconder os avós, mandá-los para a casa de repouso. Agora mudou um pouco devido à aposentadoria, mas a tendência é a mesma: descartar os avós”.

E ao se lembrar dos tempos em Buenos Aires, quando, ao visitar lares de idosos, muitas enfermeiras lhe diziam que os idosos que estavam hospitalizados ali não tinham parentes que fossem visitá-los, o Papa enfatizou:

“Avós sozinhos… Avós descartados… Isso é suicídio cultural. O futuro é feito pelos jovens e pelos idosos, juntos; coragem e memória, juntos”.

Escolhas eficazes em favor da família

Por fim, o convite do Santo Padre para “mudar a rota”, a fim de que as novas gerações tenham condições de realizar seus sonhos legítimos. Neste momento, alertou o Pontífice, os investimentos que dão mais renda são as fábricas de armas e os contraceptivos. Um destrói a vida; o outro impede a vida”, e continuou:

“É uma questão de implementar escolhas sérias e eficazes em favor da família, colocar uma mãe na condição de não ter que escolher entre o trabalho e o cuidado dos filhos”, concluiu o Papa.

Vatican News – Thulio Fonseca 

Causa de canonização de evangelista leigo tetraplégico italiano avança

Servo de Deus Nino Baglieri ?? A fase diocesana da causa de beatificação do servo de Deus Nino Baglieri foi encerrada em Módica, cidade do sul da Sicília, na Itália. Depois de ficar tetraplégico, Baglieri dedicou-se à missão de evangelizar através dos meios de que dispunha.

Segundo a Agência Salesiana de Notícias (ANS, na sigla em italiano), o encerramento da fase diocesana ocorreu no último domingo (5) na igreja matriz de São Pedro, onde o bispo de Noto, dom Salvatore Rumeo, celebrou uma missa. Na homilia, o bispo disse que Baglieri recebeu o batismo em 5 de maio de 1951, “tornando-se cristão”.

“A oração para Nino era tudo: apesar do sofrimento, como uma luz que brilha e arde, ele conseguiu contagiar os outros com o sentido da verdadeira oração”, destacou dom Rumeo sobre o servo de Deus.

A fase diocesana foi concluída com a selagem de oito pacotes contendo todas as informações e testemunhos compilados sobre a vida e obra de Baglieri. Também estiveram presentes o reitor-mor emérito da Congregação Salesiana, o padre Pascual Chávez, e o postulador geral salesiano, o padre Pierluigi Cameroni.

Toda a documentação vai agora para análise no dicastério para as Causas dos Santos da Santa Sé.

Quem foi Nino Baglieri?

Segundo os salesianos, Baglieri nasceu em Módica em 1951. Trabalhou como pedreiro quando jovem até que em 6 de maio de 1968, festa de são Domingos Sávio, aos 17 anos caiu de um andaime e ficou completamente paralisado. Ele então passou muitos anos sombrios, cheio de amargura, apenas conseguindo mover a cabeça.

Segundo o Boletim Salesiano Dom Bosco na América Central, foi sugerido à sua mãe que sacrificasse o filho com “uma simples injeção” para acabar com o sofrimento dele, mas ela respondeu: “Enquanto eu viver, cuidarei dele”.

Na Sexta-Feira Santa de 1978, alguns membros de um grupo chamado Renovação no Espírito foram à sua casa para rezar por ele.

“Uma nova força entrou em mim e algo antigo saiu. Aceitei a minha cruz e disse sim ao Senhor”, disse ele ao sentir um calor inundar seu corpo, sabendo que não haveria cura física, mas sim espiritual. Baglieri iniciou então um processo de conversão, ao aceitar sua cruz e ler a Bíblia.

Ele aprendeu a escrever com a boca e começou a escrever suas memórias e também cartas que enviou a pessoas de diversas partes do mundo.

Nino juntou-se aos cooperadores salesianos, mas depois decidiu fazer parte dos Voluntários com Dom Bosco, leigos consagrados que professam votos de obediência, pobreza e castidade, vivendo a sua missão salesiana nas suas casas, no trabalho e nas coisas cotidianas deste mundo.

Baglieri caracterizou-se por proclamar com o seu testemunho de vida a alegria e a esperança no Senhor. Depois de muito sofrimento, que suportou com um sorriso, morreu em 2 de março de 2007.

Conforme seu desejo, Baglieri foi enterrado usando tênis porque, como ele disse: “Na minha última viagem a Deus poderei correr até ele”.

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